quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

03. UMA RÁPIDA VIAGEM PELA HISTÓRIA DA MODA




Enquanto nas eras de costumes reinam o prestígio da antiguidade e a imitação dos ancestrais, nas eras da moda dominam o culto das novidades assim como a imitação dos modelos presentes e estrangeiros. Prefere-se ter semelhanças com os inovadores contemporâneos do que com os antepassados. (LIPOVESTSKY, Gilles: 1989)


Para o filosofo francês Gilles Lipovetsky, a moda inaugura na metade do século XIV. Antes disso, baseava-se na tradição passada pelos seus ancestrais, tendo uma visão conservadora de reprodução e obedecendo as normas coletivas e, praticamente, permanentes.

A partir do surgimento de uma dialética estética autônoma, exercendo assim o individualismo, instala-se a moda. Desenvolvendo-se, segundo Jean-Gabriel de Tarde, um culto às novidades e a imitação dos modelos presentes.

O desenvolvimento dos processos tecnológicos em todas as áreas, a moda viveu, da metade do século XIV à metade do século XX, um período chamado, por Lipovetsky, de “moda de cem anos”. Fase do avanço da burguesia, acarretando uma expansão da moda e do surgimento de grandes costureiros, como Coco Chanel e Paul Poiret.

Nessa época, nasce a Alta Costura, baseada na criação de luxo e lançadores de tendências, e a confecção, que reproduz essas tendências com menor qualidade, mas com um preço acessível para as classes baixas.




A Alta Costura é uma organização que, sendo burocrática, emprega não as tecnologias de coação disciplinar, mas processos inéditos de sedução que inauguram uma nova lógica do poder [...] (LIPOVETSKY, Gilles: 1989).




A partir da inovação de Charles-Frédéric Worth – desenvolveu modelos inéditos e sob medidas para suas clientes – foi fundada as diretrizes da Alta Costura, cujas quais são: criações exclusivas, lançamentos de tendências, ascensão do costureiro à condição de artista e a promoção de espetáculos publicitários baseados em grifes e modelos.

Em 1949 surgiu o prêt-à-porter, finalizando o período de “cem anos. Essa expressão foi criada por J. C. Weill, com o significado de “pronto para usar”. Chagando assim para revolucionar a moda, pois se tornou possível produzir industrialmente roupas com maior qualidade e lançadores de tendências.

O prêt-à-porter teve um reconhecimento maior nas décadas de 1960, já que começou a oferecer um conceito de moda para a juventude e a audácia. Tudo graças ao aparecimento da cultura jovem, do podre de compra dos adolescentes e da vontade de viver o agora, estimulado pelo consumo e pela cultura de massa.

O primeiro costureiro da alta costura a aderir ao estilo prêt-à-porter foi Pierre Cordin. Desde então houve um surgimento de vários modos criativos de fazer moda.

Ainda existe a alta costura, o prêt-à-porter e a confecção, assim como o desejo por roupas e acessórios de grifes, como fonte de aceitação social. Mas é a massa mediana quem comanda a moda no fim do século XX, unindo o conformismo e o individualismo a uma explosão de originalidade, cobiçando a distinção no vestuário.

Nenhum comentário:

Postar um comentário